Implicações
teológicas da “pedra fundamental” da Igreja de
Jesus.
Em Matheus 16 está o texto que gera ainda nos dias de hoje a
controvérsia religiosa e teológica sobre a semente da Igreja de Cristo;
15 Mas vós,
perguntou-lhes Jesus, quem dizeis que eu sou?
16
Respondeu-lhe Simão Pedro: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.
17 Disse-lhe
Jesus: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue
que to revelou,
mas meu Pai, que está nos céus.
18 Pois também
eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e
as portas do inferno não prevalecerão
contra ela;
O escritor de Matheus parece apenas descrever sem ao menos
ter o entendimento daquilo que escreve, pois não se preocupa em explicar com
mais detalhes as palavras de Jesus.
Sabemos que Jesus, por vezes, devido ao seu jeito
peculiar e sempre falando como um mestre
rabino, isto é, com palavras sempre enigmáticas, não explica mesmo
pormenorizadamente o que fala abertamente. E nesta passagem podemos sentir um
momento pragmaticamente essencial à criação de sua igreja.
Disto gerou eterna controvérsia em que as religiões, devido a
enigmática das palavras, aceitam como própria suas interpretações causando
assim uma divisão religiosa.
Para algumas Pedro recebe ali uma responsabilidade de ser o
eleito “primeiro sacerdote” da igreja de Cristo quando Cristo o chama de
Petrus, que significa pedrinha e a seguir Cristo diz que “sobre esta “petra”
que já significa “grande pedra” edificarei minha igreja. Para outros a
verdadeira “petra” seria a frase dita por Pedro “Tu és o Cristo, o Filho do Deus
vivo” que
O identifica como a “pedra de esquina” rejeitada pelos edificadores. Ainda há
uma ramificação teológica que diz que nem uma nem outra é a pedra fundamental,
mas sim o próprio Cristo, que é na verdade o revolucionário desejado das nações e revelador do “Pai”,
Deus verdadeiro criador de todas as coisas.
Dito isso escolhemos uma
destas interpretações e a aceitamos como verdade absoluta e seguimos nossa
jornada.
Mas, vivemos em tempos
de pós-modernidade e liberdade de buscarmos conhecimento e também a facilidade
de encontrarmos informações é patente. Mesmo assim podemos ainda, mesmo que
isso hoje em dia seja difícil, buscarmos em oração e busca espiritual, entender
o que Jesus estava falando e assim podemos também tirarmos nossas conclusões
“teológicas”.
Aquele momento peculiar
de Jesus com seus discípulos, para mim parece ser mais abrangente que tudo isso
que temos de interpretação. Passa-me a impressão que Cristo não estava identificando
partes da fala, mas sim o momento especial.
Jesus , no meu
entendimento identifica Pedro como aquelas pessoas simples que irão pertencer a
sua igreja, pessoas que tem altos e baixos de temperamento, mas que podem num
repente falar coisas vindas da boca do próprio Deus e também corrobora as
palavras que O identificam como o Cristo o tão esperado libertador. Isso sim me
parece mais plausível de aceitar como uma identificação com a igreja daquele
que diz: “aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração”.
As seguintes palavras de
Cristo identificam a “igreja que tem parâmetros eternos” como aquela que não
seria vencida pela morte, já que “as portas do hades” é uma frase típica daquele tempo para se
falar sobre a morte.
Tempos pós-modernos ou
revelação, não sei, mas não me sinto herege e nem sinto ter ferido as outras
controvertidas interpretações.
A Deus toda glória
JCPuglisi
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